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sábado, 31 de julho de 2010

O inverno do meu ser

Bauru, 28 de Julho de 2010.
O inverno do meu ser…

Há tempos não escrevo, a tempos sinto-me ausente e distante das palavras.
É meu caro papel, pode falar eu mereço, me distanciei de vocês, mas quero que saiba que mesmo todo esses meses distante, quero que saiba que te sinto com a mesma intimidade e aproximação.
Sabe,meu querido...
Realmente sua ausência se fez necessária, uma vez que minha vontade já não acompanhava a disposição e conteúdo, sentia meu corpo dobrar-se em dois, como se existisse uma dicotomia no meu ser, até que isso transformou-se em doença.
Paro para pensar e não sei ao certo onde toda essa avalanche começou, mas começou e me levou...
Primeiramente veio aquela vontade controladora e organizada e parar tudo e colocar cada coisa em seu lugar, mas tudo caminhava exatamente contra minha vontade, quanto mais eu desejava a ordem, mais a bagunça aumentava.
Era o caos, era o meu novo caos, superando os passados e derrubando minhas barreiras. Em alguns momentos me sentia leve, era como se adormecesse dentro de uma piscina de lama e durante a noite jogassem sobre mim um lençol de seda.
Foram mais ou menos três meses de purgatório em minha vida e sinceramente foi somente na noite de ontem que dei o meu grito de euforria e falei “Chegaaaaaaa disso tudo, quero a mim de volta e quero agoraaaa!!”
Meu Deus!!! O que me roubou de mim?
Teria sido a complexidade do meu trabalho? As lástimas familiares, das quais passamos a ter consciência? Seria a percepção da falta de caráter de alguns colegas? A energia doada a pessoas que só recebem e não sabem compartilhar? As decepções amorosas? A aproximação desejada, porém complexa de minha família? Ou ainda a minha avassaladora agenda???
Realmente, causas não faltaram para me roubar de mim e sei que recuperar-me agora é mais importante que descobrir o porque, mas sei também que essa descoberta ajudaria muito.
Fazer planos para o futuro é algo desejado e necessário agora...
Essas curtas férias foram tão essenciais ao inicio do meu retorno...
Viagens são boas, mas as vezes fazer nada e tudo nas situações rotineiras faz uma grande diferença para existir de verdade.
Precisei chegar nesse ponto para perceber algumas fraquezas tais como o MSN, o qual eu vigiava constantemente a espera de pessoas que tornava-se a minha razão de existir momentânea, mas nem todo sentimento vindo de mim era realmente bem vindo, normalmente eles queriam apenas o meu mínimo, o pote deles era raso demais e com o restante do “meu eu”que sobrava eu me afogava.
Refletindo sobre isso tudo, queria realmente mudar, começar tudo novamente e de outra forma, dar um novo significado a cada pessoa no meu caminho, tendo como responsabilidade principal me fazer feliz .
Durante todo esse processo perdi várias coisas entre elas meu celular e a junto á ele minha vasta agenda de contatos, podendo apenas renovar os reais e tendo de abandonar os “platônicos”ou alimentados “unilateralmente”.
Perdi meu cartão crédito e percebi que ele não era necessário e que na tentativa de “bloqueá-lo” era como se tivesse cancelando um “contrato com o diabo” com todas as suas dificuldades e falta de educação e pequenas clausulas.
Perdi meu bustiê de dança do ventre e percebi o quanto ele era importante para mim e assim que notei seu valor, o achei.
No meio das perdas, achei que perdia... Perdi de verdade aquele que considerava o grande amor da minha vida, que irreconhecidamente deixava também de ser meu melhor amigo.
Hoje fazendo essa reflexão e tendo recuperado algo que também havia perdido “a fé no futuro”, percebi que ganhei muitas coisas. Ganhei tempo, ganhei espaço e ganhei algumas folhas a serem preenchidas com o melhor de mim diante das aprendizagens que vivi.
Assim como no inverno as plantas param para refletir, sei que essa fase serviu parar apreender,sofrer e chorar e agora sorrir.