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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Do Filme "Irmãos de Sangue"





– “Não tens sabido o que tu és, tens cochilado sobre ti mesmo toda tua vida, Tuas pálpebras têm ficado como que fechadas a maior parte do tempo, O que tens feito já retorna em zombarias, As zombarias não são tu, Sob elas e dentro delas vejo que tu espreitas”.
– De quem é isso?
– Walt Whitman.
– Eu acho que nunca imaginei isso ser recitado pra mim por uma moça segurando um bagre de 20 quilos…
– É exatamente como ele deve ser recitado. Ele escreveu sem rima, nem métrica. Versos livres… Aquilo que ele sentia no ritmo próprio e complexo. Paixão pura desenvergonhada. Sem restrições definidas, entende?
– Olha, me perdoa. Mas eu tenho algumas divergências…
– Por que?
– Porque houve quem ousasse sugerir que até a poesia tem suas regras.
– Ou faz suas próprias…
– Pois é… É aí a parte em que não endosso…
– Por que?
– Porque se todos sairmos criando nossas próprias regras, como você poderia saber onde está a verdade? Não há nada no que se basear.
– “Uma noite, rompi minha pele de cigarra, devorei suas folhas sem conhecer venenos nem leis da nutrição, Nessa cegueira laval, uma fome finalmente verdadeira”.
– Uau… E de quem é essa?
– É de minha autoria. Talvez a verdade esteja na nossa frente e vamos ao encontro dela sem ao menos saber que está lá. Quando você achar que está tudo resolvido, o que restará? Absolutamente nada. Então eu me resolvi assim, não obedecendo à todas as regras. Pescando bagres com as mãos.

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