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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Infância

Não há como negar que a infância é das mais belas fases de nossa vida, por mais dura que tenha sido a nossa e por mais dolorosa que exista a lembrança dessa fase sempre emociona e traz à tona a vontade de reviver.
Ontem no show do Pato Fú, observava os pais acompanhantes, engraçado, mas em alguns momentos a boca aberta era muito mais visível nestes do que nos “bambinos”.
Reviver... Viver novamente, fazer novos significados! Importante! Necessário! Evolutivo!
Talvez não dê para voltar ao tempo. Mas podemos mentalmente voltar para fazer novos significados, paralisar a imagem e a lembrança, olhar por outro foco, mudar a direção, mudar de personagem, enfim...

Considero-me uma pessoa “premiada” nesse sentido, em meio às turbulências diárias do meu trabalho á oportunidade única de observar, viver e estudar a infância, junto as nossas lindas crianças e junto a minha linda criança, com o muito que resta dela dentro do meu ser!

Noto como nascemos sábios!
Até os 2 anos de idade a maioria das crianças acreditam que fazem parte de um todo e que não existe separação entre ela e tudo que a cerca, por isso tantas tentativas agressivas contra o outro (o tapa, a mordida, etc..). Na verdade elas estão buscando conhecer as suas sensações e somente depois de algum tempo percebem que a ação pode ser sentida de duas maneiras. Ex: O tapa dado no colega que despertará o sentir apenas na palma de sua mão e o tapa dado em si mesmo que despertará a sensação dupla.

Outro fato interessante é a noção ampla da integralidade. Depois.... Somos adestrados a percepção cartesiana da separação.... e futuramente a nova necessidade de percepção da integralidade, da noção do quanto estamos sintonizados numa mesma teia de relações.


Sempre admirei as pessoas pelo ritmo autentico de seus atos, que na verdade transmitem para mim um respeito á si próprio (independente de ser de 1 á 10, cada um tem o seu, mas tem o dever de conhecê-lo) além da autenticidade, verdade e assertividade. Já percebeu como existem pessoas agitadas, freneticamente “Antenadas” e que após sairmos de perto delas sentimo-nos como um peixe elétrico? Esse mesmo ritmo pode ser assumido por outra pessoa que diferentemente do primeiro exemplo demonstra coerência e harmonia em suas ações. De forma geral isso se trata para mim de autoconhecimento de sua essência e auto-respeito, rompendo com a visão mundana da necessidade de padronização.
Destaquei o fato acima para verificarmos como as crianças são autenticas no respeito as suas vontades e ritmos e do quanto muitas vezes buscamos “padronizá-las”.
Apesar do respeito ao ritmo crianças buscam atividades que a coloquem em contato com os diversos ritmos, creio que seja uma forma de identificar a sua zona de conforto e identidade rítmica (rsrsrs nem sei se existe esse termo).
Segundo um livro que estou lendo: A linguagem Corporal da Criança de Samy Molcho e que com certeza influenciou muito estas reflexões.
“A Constancia de voz e gestos geram um abafamento de sentimento”.




Na continuidade do assunto ritmo é notório ainda a oportunidade de sentir que essa oscilação gera e o quanto isso acaba por interferir na nossa ousadia em “se abrir ao Mundo”. Crianças com mais oportunidades de sentir várias sensações com certeza demonstrarão mais segurança. Nossa não imaginava o quanto o ritmo e a vivência das oscilações rítmicas auxiliariam no processo de nosso desenvolvimento.

Agora, muitas percepções passeiam pelo pensar e a vontade de escrever é uma forma de dar materialização as mesmas, porém dentre os questionamentos o maior deles é: Desde a infância somos amados por sermos um ser humano ou pelas nossas atitudes como seres humanos? Como diferenciar/ separar a ação, o comportamento de um ser como um todo? Isso também ocorre com relação à existência de alguma deficiência ou dificuldade (seja ela física, emocional ou mental). Como separar a dificuldade do ser total? Como não tratar o ser como sendo suas ações e suas dificuldades?

Dúvidas transformadoras no processo de educar! Dúvidas transformadoras no processo de reviver e se re-fazer!

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