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domingo, 26 de dezembro de 2010

Revirando as caixas... MINHA MORADIA É FIXA

Algo escrito a muito, muito tempo atrás...

MINHA MORADIA É FIXA

Você me deixou
Logo voltou
Foi embora
Logo agora
Não quero mais te ver!
Não posso mais te ver!
Não quero mais dizer,
Seu nome ao anoitecer
Se quiseres voltar
Volte, Volte... quando quiser!
Minha moradia é fixa até o dia que não deixar de ser.

Se achas que te amo... Estás certo!
Mas não pense que és o meu dono! Não! És sim o dono do meu amor...
Amor, amor, amor... O amor não existe, no nosso caso RESISTE!
Dizem que o amor é vizinho do ódio,
E o meu ódio já foi adiante, muito antes
Porque dizer num momento desespero, coisas que jamais sentiu?
Me deixou confusa, louca, completamente louca de amor e ódio
Uma louca mansa!

Não, não me entendo mesmo
Você tem toda razão, baby!
Só sei que te quero
Ah sim quero, até mesmo quando amor acabar, continuarei te querendo ao meu lado
Irei fazer tudo, tudo, tudo
Repetirei todos os atos insanos e impulsivos
E sabe... Não voltarei para novamente estar ao seu lado!
Acabou!
Confusamente, acabou!

As nossas algemas estão rompidas, porém nossas mãos continuam atadas.

Musicando para achar o meu estado de ser de SER- EN- IDADE ou de FASE!


Tom Zé
Composição: (Tom Zé)

Tô bem de baixo prá poder subir
Tô bem de cima prá poder cair
Tô dividindo prá poder sobrar
Desperdiçando prá poder faltar
Devagarinho prá poder caber
Bem de leve prá não perdoar
Tô estudando prá saber ignorar
Eu tô aqui comendo para vomitar

Eu tô te explicando
Prá te confundir
Eu tô te confundindo
Prá te esclarecer
Tô iluminado
Prá poder cegar
Tô ficando cego
Prá poder guiar

Suavemente prá poder rasgar
Olho fechado prá te ver melhor
Com alegria prá poder chorar
Desesperado prá ter paciência
Carinhoso prá poder ferir
Lentamente prá não atrasar
Atrás da vida prá poder morrer
Eu tô me despedindo prá poder voltar

domingo, 12 de dezembro de 2010

CONFUSÕES NECESSÁRIAS

Através das confusões, chego as minhas conclusões.

Pelas certezas conquisto minhas infinitas incertezas.

Na ausência do acalento desejado encontro a solidão.

E na solidão que busco o auto-conhecimento

ETER NA MENTE

Segundo o dicionário Priberam (on line):

éter (è)
s. m.
1. Regiões superiores da atmosfera.
2. Ar dessas regiões.
3. Fluido cósmico condutor da luz e do calor pelo espaço.
4. Líquido volátil e inflamável obtido do álcool puro

Éter é também o nome da substância que os filósofos, os naturalistas e posteriormente os físicos acreditavam que existia em todo o universo, mas sem massa, volume e indetectável, pois não provocaria atrito. Os físicos do séc. XIX sabiam que a luz tinha natureza ondulatória, e imaginavam portanto que essa deveria precisar de um meio para propagar-se. Daí o éter. Sabe-se hoje que essa substância não existe. Dada a característica de volatilidade do éter etílico e sua facilidade de produção a partir do etanol (álcool ou espírito de vinho) e do ácido sulfúrico (por isso mesmo, no passado tratado por éter sulfúrico), conhecida desde a época dos alquimistas, daí adveio a nomenclatura desta classe de compostos

Em muitas situações utilizamos o ETER na representatividade do elemento AR (como descrito na definição 2 do dicionário) e assim pontuamos como elementos: Terra, Água, Fogo e ETER, apesar de que sendo este também considerado inflamável, poderia competentemente representar o elemento fogo.
A questão é sendo fogo ou ar, ou até mesmo a junção de ambos esse acaba por desenvolver uma grande transformação por onde passe... isso sem contar nas possíveis devastações.
Já imaginou o que seria o ETER na sua MENTE? ETER NA MENTE!!!!!!!
Opa, mais de onde surgiu o conforto do ETER NA MENTE?
Porque imaginamos uma permanência?
Um ETER seria permanente ou ETERNAMENTE em algum lugar?
Sendo assim desejo que meus dias sejam ETER NA MENTE assim... inconstantes... transformados... vividos com gosto novo ....
Desejo muitas situações ETER NA MENTE para o universo! E que junto venha os elementos ÁGUA para nos conectar ao nosso divino e a TERRA para nos sintonizar a nossa missão aqui.
ETER, ETER, ETER, me leve para onde eu deva estar!!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Estranho...

Estranho mais sempre começo a escrever com a palavra “ estranho” percebo que a estranheza é um sentimento que me leva á escrever.
A estranheza acumulada fez-me “ estacionar” desta vez, talvez por necessidade momentânea de ação e a não possibilidade de reflexão.
Réquiem para um sonho... Réquiem para uma passagem.... Réquiem para sua passagem aqui neste jardim chamado terra.
Sentirei saudades. Já sinto saudades! Sinto também a vida contida nas fotografias que “ perpetuaram” olhares e sentimentos... Você continua aqui, você continua lá no sopro que abre as cortinas.
Sua voz no telefone ainda é ouvida e seu jeito de falar assoviado, ar esse que te dava um sotaque único, ainda é sentido.
Bom foi ter dito e sentido “ sem limites”, apesar disso ter me “ custado” algumas dores... Faria tudo novamente... Você foi a minha inspiração por muito tempo e agora transforma-se em lágrimas que molham o solo e faz florescer...
As palavras... As palavras que te disse sempre foram para mim... Eu sei que fugi de você exatamente no momento em que não mais me encontrará.
Vai com anjos! Vai com Deus!... Líberte-se! Liberte-se! Perdoe! Perdoe! Perdoe-se!!
Rosa, Rosa, Rosa, Rosa...
Saí desse lago, lave-se com as águas, passe-as nos olhos e na garganta... Levante-se minha sábia... Continue ai... Ainda é tempo amor, sempre é tempo de viver a vida!!! (mesmo em outra dimensão o tempo é atemporal)
Muitas coisas ficarão aqui... a sua força em lutar pelo que queria, até o último suspiro, batalhando para voltar, com a mesma vontade do primeiro dia.
Foi muito bom conhecer-te e ao teu lado ver as cortinas se abrir. De lá foi possível, dessa vez, observar as costuras e arremates. Elas já não estavam mais escondidas de nossos olhos.

Opa se Lembro! Claro que dói!

Fala de uma mulher após seus sessenta anos de idade:
“Menina coloca a mão aqui no meu peito. Estou muito emocionada (os olhos lagrimejando), estou realizando o maior sonho da minha vida, subir num palco e mais ainda, exatamente na hora em que as cortinas aqui se abrirem, também abrirão para receber meu filho que dentro de sua rotina de trabalho também entra no palco.”

Hoje faz dez dias que você se foi daqui e somente agora começa sair algo de mim, talvez porque tenha muito...
Desde o início a admiração, a vontade de abraçar a vontade de cuidar. Afinal era como zelar a esperança de uma vida diferente, de ver o envelhecer como uma transformação e não mais como um sofrimento.
Tudo era assim... a cada encontro lágrimas de satisfação caiam... não percebia a possível existência escondida de uma depressão.
Um dia em um exercício de um caminhar, um cair e um lento e com certeza dolorido “desabar”...
Superação, nova atuação, agora com alguns apoios brancos e espirais...

Internação, isolamento e minha falta de entendimento e de ação...
O retorno, a festa e a notória fragilidade...
A busca de causas e entendimentos. A criação de “efeitos” que futuramente torna-se real....
A sensibilização que vira em sentimentalismo. A cobrança, a auto-cobrança e a cobrança do Mundo de contas que a ele não cabe... O acompanhamento energético do caos..
O afastamento necessário para novas assimilações...
O retorno instintivo e palavras de “ vento branco magnético”.
Réquiem, Réquiem, Réquiem!!!
Entrelaçador de Mundos sopra vento para canto antes em vácuo e é possível ver a chuva que caí de seus olhos, o vento fica cinza momentaneamente.
Novo afastamento com pitadas de “ contatos” diretos e turbulentos contatos energéticos.
O afastamento físico total é tido!
A saudades é doída.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Beijo de Chocalate ou melhor de Kinder Ovo.

ASSUMINDO O PODER SOBRE A PRÓPRIA VIDA

O conselho emitido pelo Tarot vem através da imagem do arcano IV, chamado “O Imperador”, cuja imagem nos revela uma figura masculina solidamente colocada, irradiando poder e autoridade. O pedido do arcano IV é o da importância de reconhecer a própria força e não depender demais de ninguém. Sempre que dependemos do outro, o outro pode falhar conosco eventualmente e qualquer felicidade excessivamente buscada fora de nós é absolutamente temporária. Procure, neste momento, cultivar a referência do seu próprio poder pessoal e não se deixe levar demais pelos conselhos alheios. Reconheça, em si, a autoridade para comandar sua própria vida.

Conselho: Seja mais independente neste momento.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

TUDO ESTÄ Achocolatadamente cafeinado e com um ar cervejetariano

DEPOIS DE PASSAR UM FIM DE SEMANA PROLONGADO ACOMPANHADO POR ÁGUAS, PEDRAS, TERRA, MATO, PESSOAS E ANIMAIS...

Agradeço...
Agradeço aos meus amigos por estarem constantemente ao meu redor, mesmo quando sou água e tudo por mim passa com tamanha leveza indesejada ou até mesmo quando sou pedra e tudo por mim é tratado com rigidez desnecessária.
Agradeço aos que me atacam e me magoam pois muitas vezes fazem aquilo que os meus amigos não tem coragem e me levam a reflexões intensas, trazendo a felicidade cada vez mais dentro de mim mesma.
Agradeço a minha família, pois verifico cada vez mais como são admiráveis as pessoas as quais não conhecemos muito bem e o quanto se torna necessário evoluir para aceitar verdadeiramente uma pessoa como ela é e ainda mais, como ela quer ser.
Agradeço ao meu trabalho, pois ele me mostra (principalmente quando estou distante) como amo o que faço e como me sinto pertencente a esse ambiente e a essa profissão que com muito amor escolhi e o quanto as dificuldades me fazem crescer.
Agradeço a oportunidade de contato cada mais próximo da arte, o que me oferta a o equilibrio e a esperança.
Agradeço imensamente a oportunidade de ser temporáriamente impar e sentir-me feliz nesse estado único e necessário.
Agradeço ao meus sentidos, principalmente a visão, audição, tato e olfato!
Agradeço a minha capacidade física, intelectual, emocional e espiritual.
Agradeço imensamente a essa energia maior que permeia esse sobro chamado vida, com presentes diversificados tais como: natureza, elementos, silencio, o nada,o tudo, pessoas,animais, sentimentos, sensações, a fé...

Obrigada, Obrigada, Obrigada, Obrigada...
TUDO ESTÄ CERTO!!!
TUDO ESTÄ Achocolatadamente cafeinado e com um ar cervejetariano!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Solstício de Primavera

O Sono foi embora na hora errada e isso denominam insônia.
A manhã veio antes do meu tempo e isso chamo de amanhecimento precoce.
A notícia veio de forma rápida e forte e isso costumamos chamar de surpresa.
A surpresa que pode ser gerada para o bem ou para o mal, caiu do lado esquerdo e foi notório uma rachadura no corpo que a absorvia e esse fato normalmente é nomeado de decepção.
O vermelho que por ali pairava, da paz foi abandonado além do notório distanciamento da tranquilidade e esperança e isso eu chamo de agitação interior.
A esperança já não mais sei se volta, pois diante de tantas ameaças de "ir embora", dessa vez deixou marcas de seu rancor furaz.
A confiança que até então não havia declarado amizade sincera com a esperança juntou seu peso e foi a revoltada esperança, acompanhar.
No meio desse tumulto danado e por muitos sendo deixada, a fé jogou seus lençóis ao meu redor e o sono danado que havia fugido, logo voltou a me fazer parte. Ele foi intenso como uma cachoeira intensionada.
O Tempo que as vezes não se mostra tão amigo, dessa vez demonstrou sua força a todos e prometeu em voz alta "Ninguém se ausentará dos meus poderes, afinal mesmo a intemporalidade é por mim controlada. Fique aliviada pois cada fato se tornará detalhe, uma vez que para você eu sou a estrada e só permanecerá nessa apenas o que habita dentro de ti".
Café com chocolate é necessário para o despertar dessa volta do sono tão marcante como enérgica ação do tempo.

** FOGO VERMELHO, queima criativamente o velho e inflama os céus da próxima alvorada com brilho incomparável.
Amor e compaixão e não guarde rancor algum. Todos foram seus professores, não importa o quão intolerantes possam ter sido em relação a suas atividades. Abra seu coração para a Verdadeira Realidade e canalize o esplendor da lealdade divina. Comece de novo com amor: querido cachorro harmônico branco.

domingo, 3 de outubro de 2010

Coerindo minhas incoerências

Não é possível viver a vida conhecendo o seu final...
Não é possível se relacionar sabendo qual serão todos os sentimentos que envolverão esse "estado"...
Mais muitas coisas são possíveis..
É possível só cantar uma música após conhecer sua letra, sua melodia e ver se comungando da mesma..
É possível estudar uma religião antes de pertencer a mesma sem enganos..
É possível conhecer um texto teatral e assim perceber a intencionalidade de suas falas e de seu papel e se asse realmente consiguirá se entregar de verdade...
É possível conhecer as pessoas e assim compartilhar de uma real amizade ou fisico distanciamernto...
É possível conhecer um autor e depois fazer uso consciente de suas falas..
Necessário para mim é ter consciência das minhas escolhas e mais ainda do porque dessas escolhas...
Necessário saber o que como, porque como, do que é feito, para que é feito e por quem é feito..
Necessário saber o que leio, quem escreveu, porque escreveu, quando escreveu a quem escreveu...
Necessário saber a que grupos pertenço, porque pertenço, com quem pertenço, o que defendem, qual a energia real que nos mantém unidos (ou des-unidos), o que buscam e o que repugam e até quando pretendo com esses estar...
Necessito saber o que quero de verdade, porque quero e o que possivelmente encontrarei junto a esta busca, tal como o que terei de abidicar para acalçar...
O sentir me faz parte antes do pensar e a esse o domínio me foge, o pensar, o refletir e o entender é para mim a consequência desse sentir e isso ocorre de forma natural...
Para unir e aceitar é necessário todo esse processo (sentir, pensar, refletir e entender) muitas vezes é preciso ter uma séria discussão com meu ego que custa a desinflar...
Posso não ser nessa vida totalmente coerente, mas quero ao menos das minhas coerência e incoerência ter consciência... se os meus instintos e sentimentos não controlo ao menos com o tempo o entendimento dos mesmos é o que no passar dos meus dias eu exploro...
Uma cerveja por favor...

** Este não é um momento de divisão e sim de união. Estamos todos no mesmo barco a nave do tempo na TERRA.

domingo, 26 de setembro de 2010

Dias assim...

Em dias assim vejo muitas pessoas doentes, doentes por ignorarem seus limites e necessidades...
Em dias assim vejo pessoas angustiadas, trancadas, sofrendo por convenientemente não agirem contra o que lhes aflige...
Para!Pelo Amor de Deus ou ao menos pelo seu auto-amor, assuma suas impotências, busque sua superação... Tire esse falsos enfeites de cima... Tira, tira tudo isso....
Em dias assim percebo os vicios de linguagem que me afastam das pessoas e me afastam porque as afastam em um momento que passam a servir como pausa em sua racionalidade não tão clara a si mesmo...
Em dias assim percebo a utilização da arte para jogar para o Mundo os traumas e receios presente em cada um, como se jogassemos merda na cara de todos...
Em dias como esse noto como é fácil romper com uma energia construtiva, levando cada um ir ao pior de si de forma desnecessária...
Em dias assim vejo que o medo, a ansiedade e a culpa é usada para nos paralisar...
Em dias como esse me sinto paralisada... Com raiva,Sem medo e Sem ansiedade...
Calar-me??Jamaiss!!! Só depois de morta meu bem!! Nunca busquei calar ninguém, mas tentar fazer isso comigo é morrer em plena vida, aos meus sentimentos..
Questionar??? Claroo que continuarei... Esse é meu compromisso eterno, começa em mim e se extende ao Mundo... Mas não, não, não aceito fazer isso de forma violenta... meu conflito é interno e é nesse espaço que os trabalho...
Quero transformar o estrume em plantas e não plantas em estrume!
Em dias como esse o café me cai muito bem...

** Qualquer tipo de desarmonia em qualquer lugar do planeta nos afeta. Mesmo quando não percebemos conscientemente. Somos todos especiais! A paz é a vida em si mesma. Que o amor nos inspire e a verdade seja nosso caminho.

domingo, 12 de setembro de 2010

Depois dessa preciso de café e chocalate. Allen lutando para eliminar nossas ALLENação

IMPROVISO EM BEIJING



Escrevo poesia porque a palavra Inspiração na língua inglesa vem do Spiritus latino, respiração, & eu quero respirar livremente.

Escrevo poesia porque Walt Whitman deu permissão ao mundo para falar com doçura.

Escrevo poesia porque Walt Whitman escancarou a linha do verso para a respiração desobstruída.

Escrevo poesia porque Ezra Pound em sua torre de marfim lançou o provérbio 'aposte na zebra', permitindo aos poetas escrever em idioma vernáculo falado.

Escrevo poesia porque Pound revelou aos olhos dos jovens poetas ocidentais os chineses escrevendo palavras pintadas.

Escrevo poesia porque W. C. Williams vivendo em Rutherford escreveu em dialeto de Nova Jersey 'eu chuto teu olho', perguntando pela métrica do pentâmetro jâmbico.

Escrevo poesia porque meu pai era poeta & minha mãe da Rússia dita comunista morreu numa casa de loucos.

Escrevo poesia porque em 1984 meu amigo Gary Snyder sentou-se em posição de lótus numa mesa de conferências para ver seus pensamentos como parte dos fenômenos do mundo exterior.

Escrevo poesia porque sofro, nascido para morrer, de cálculo renal & pressão alta, todas as pessoas sofrem.

Escrevo poesia porque sofro a confusão de não saber o que as outras pessoas pensam.

Escrevo poesia porque a poesia pode revelar meu pensamento, curar minha paranoia & a paranoia das outras pessoas.

Escrevo poesia porque minha mente perambula exposta a sexo, política & meditação transcendental.

Escrevo poesia para tornar mais acuradas as imagens de minha própria mente.

Escrevo poesia porque recebi os Quatro Votos do Bodhisattva: são inúmeras as criaturas sensíveis a libertar no universo, minha própria ignorância irada ambiciosa a ultrapassar através do infinito, as situações em que me encontro a mim mesmo são incontáveis quando o céu está tão OK quanto as sendas sem fim da mente desperta.

Escrevo poesia porque nesta manhã acordei tremendo de medo daquilo que poderia dizer na China.

Escrevo poesia porque os poetas russos Maiakóvski & Iessiênin cometeram suicídio & alguém mais precisa falar.

Escrevo poesia porque meu pai recitando o poeta inglês Shelley & o poeta americano Vachel Lindsay deu o exemplo – respiração inspirada na grande ventania.

Escrevo poesia porque escrever sobre sexo era proibido nos Estados Unidos da América.

Escrevo poesia porque milionários dos lados leste & oeste andam em limusines Rolls-Royce enquanto os miseráveis não tem dinheiro sequer para manter seus dentes.

Escrevo poesia porque meus genes & cromossomos são apaixonados pelos homens jovens mas não pelas jovens mulheres.

Escrevo poesia porque não tenho nenhuma responsabilidade dogmática um dia após o outro.

Escrevo poesia porque quero ficar sozinho & quero falar às pessoas.

Escrevo poesia para contradizer Whitman, falar com tios & tias ainda vivendo em Nova Iorque & Nova Jersey, falar com jovens daqui a dez anos.

Escrevo poesia porque ouvi negros blues pela rádio em 1939, Leadbely & Ma Rainey.

Escrevo poesia inspirado pelas jovens canções dos Beatles alegremente envelhecendo.

Escrevo poesia porque Chuang-Tzé não sabia dizer se era uma borboleta ou um homem, Lao-Tzé dizia a água corre montanha abaixo, Confúcio dizia honre a seus ancestrais, & eu quis honrar a Withman.

Escrevo poesia porque da Mongólia ao Oeste Selvagem da América a multiplicação desordenada do gado & dos latifúndios destrói a relva nova & a erosão engendra desertos.

Escrevo poesia usando sapatos animais.

Escrevo poesia porque 'a primeira idéia é sempre a melhor idéia'.

Escrevo poesia porque nenhuma idéia é compreensível a não ser que expresse particularidades:

'nenhuma idéia que não esteja dentro das coisas'.

Escrevo poesia porque o Dalai Lama diz que as coisas são símbolos de si mesmas.

Escrevo poesia porque as manchetes dos jornais anunciam que há um buraco negro no centro de

nossa galáxia & somos livres para noticiá-lo.

Escrevo poesia porque a I Guerra Mundial, a II Guerra Mundial, a bomba atômica & a III Guerra Mundial deixarão de existir se assim o quisermos, eu não preciso delas.

Escrevo poesia porque meu primeiro poema Uivo foi perseguido pela polícia por não usar meias palavras ao ser publicado.

Escrevo poesia porque meu segundo poema Kaddish homenageava o paranirvana de minha mãe num hospital psiquiátrico.

Escrevo poesia porque Hitler matou seis milhões de judeus & eu sou judeu.

Escrevo poesia porque Moscou, digo, Stálin, mandou 20 milhões de judeus & intelectuais para a Sibéria, & 15 milhões nunca mais voltaram ao Stray Dog Café de São Petersburgo.

Escrevo poesia porque eu canto quando estou sozinho.

Escrevo poesia porque Walth Whitman disse: 'sou contraditório? Tudo bem, então sou contraditório (sou amplo, abarco multidões)'.

Escrevo poesia porque minha mente é contraditória, neste momento está em Nova Iorque & no momento seguinte nas cordilheiras dos Alpes.

Escrevo poesia porque minha cabeça tem 10.000 pensamentos.

Escrevo poesia sem nenhuma razão sem nenhum porquê.

Escrevo poesia porque é a melhor maneira de dizer tudo que me vem à mente nestes últimos seis minutos ou durante toda uma vida.



21 de outubro de 1984

domingo, 22 de agosto de 2010

O conto inexistente de um beija flor

Sentada em uma floresta vi chegando um (a) beija flor, parou no vento ao meu lado e desabafou sem pensar... Falava de forma clara como um diálogo teatral que se faz para entender algum fato.
Eu quieta ouvia tudo, sem deixar se quer um lábio do outro descolar.

Em suas reportagens, o pseudo autor sempre dizia:
- Em minha história o beija flor transforma-se em rainha!
Nas suas alucinações beija flor logo pensava:
- Preciso descobrir essa sina de transformação, para que do castelo desse autor eu possa ser hóspede temporária, ou quem sabe até uma moradora fixa.
Tempos passavam e a tal história nunca era revelada. Nesse contexto de fios de descobertas, sedução e projeções, o beija flor interessava-se cada vez mais pela história desse autor, que talvez por instantes permitia-se abrir para falar a essa ave na verdadeira busca de também se conhecer.
A nostalgia da infância era o assunto mais falado pelo autor, mediante os impulsos desse pássaro, a beija flor sempre pensava:
- Para quê quero saber do agora se isso apenas é um dos caminhos do ontem?
Em meio a tantas conversas e revelações, surge do autor a seguinte pergunta?
-O autor flerta com a beija flor que ouve suas histórias ou é o beija flor que ouve as histórias que flerta com o autor?
Nesse clima de incertezas, essa resposta era dificil de ser respondida e talvez até mesmo desnecessária.
Importante mesmo era perceber a pureza da infância e o que dela foi preservado, assim como o conhecimento de uma música que representasse o seu agora e dos seus maiores sonhos para o futuro e nesse caminho lúdico o beija-flor continuava voando e dessa água doce bebendo.
Percebendo a ausência e distanciamento do pseudo autor, o qual tinha todas as suas obras desconhecidas pelo público, a ave percebeu que de uma história nova esse homem estava se ocupando e a ela (beija flor) caberia mastigar o restantes das palavras não ditas junto ás porções de coisas que ao autor sonhava em realizar.
Como trasformar-se em rainha? Ah isso seria algo para sozinha identificar.
E assim... o beija flor ficou sem sua história e o autor sem o beija flor. Já que o tal pseudo autor saiu correndo um tanto lento a procura de um grande amor e o beija flor tanto agitado se desfez logo da dor.
-Minha história por ti não foi escrita, mas acredite para ela não faltará autor! (sussurrou o beija flor que falava de si sempre na terceira pessoa)

Ao final de seu desabafo não pude me conter, juntando caule aos troncos pedi para sua história escrever, logo fiz lhe um juramento.
- Acredite minha amiga, apesar dos tombos dessa vida ao seu lado só sairei quando eu morrer!

O beija flor saiu beijando as flores laranjas e vermelhas passava por todas com toda fé e eu um tanto assustada com meu juramento fui logo atrás de um delicioso café!

sábado, 7 de agosto de 2010

Musicando o cafeinado

Você
Chicas
Composição: Chicas

Você desfoca, sai do tom
Se perde e não vê
Que a confusão começa dentro de você
Disfarça, acha graça, desmonta e sorri
Não aguenta o peso
dessa máscara que esconde...

Você!... Carrega o mundo e não vê que ser...
Feliz é viver o presente e deixar fluir...
O que sente e não se importar
Com que os outros pensam que você é...
Quem é você?

Você que é tão sensata,tão cheia de si
Sempre fazendo festa e se sentindo tão só
Você que sempre agrada e sem perceber
Insiste em seguir um caminho
Que não é...

Você!... Carrega o mundo e não vê que ser...

Sai do quarto... Passa da porta e vai...
Deixa o mundo ver...
Sai do quarto passa da porta e vai
Quem sabe você?

Entrega pro mundo e vê, que ser...
Feliz é viver o presente e deixar fluir...
O que sente e não se importar...
Com que os outros pensam
Que você é...
Quem é você...
Deixa o mundo ver...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Tomando uma música ao som de cerveja.

Protesto Pessoal
DonaZica
Composição: Iara Rennó

essa conduta
de dizer que não tem escolha é muito simples
é bem mais fácil pedir desculpa por tirar o corpo fora
do que encarar o que rola aqui e agora
inconsciente da sua capacidade e força transformadora
negar a responsa ficar à toa enquanto a vida voa
não se envolver de verdade
não se expor com medo da dor
dar pouco e receber menos da metade
depois lamentar porque já ficou tarde
acorda tira essa corda do pescoço
não adianta estar morto nem resolve andar torto
encosto
perdido no vago do próprio umbigo
cansado sugado querendo achar um culpado
sempre a mesma conversa de que tá tudo errado
que a sociedade não presta
acredite a sociedade começa na sua testa

no fundo
de cada um pulsa um novo mundo
cada indivíduo é um universo vivo
e você mesmo seu maior inimigo
no fundo
de cada um pulsa um novo mundo
cada indivíduo é mais uma peça que completa
essa equação complexa

apesar dos limites do que é ser humano
da mesmice do cotidiano engano
da fome da guerra da vida dura e do que quase não tem cura
a escolha é sua
e quem não escolhe se ferra submerge na treva se estrepa
desespera pára e se espera
o fim ou talvez uma próxima era
perde as melhores surpresas que o acaso reserva
fica de presa que não se preza
de cara feia como quem comeu com pressa
se bobear se fecha numa única idéia
pensando que descobriu a América
sem saber que quanto mais rija
mais fácil a vara se quebra

sem contra indicação pra gente
de qualquer cor credo ou classe social
isso é protesto pessoal
pelo progresso universal
pra botar as canelas de fora
lavar as almas sebosas
exorcizar as cismas
desentranhar os traumas num canto
xamânico mântrico ritmo frenético
dançando destemido com o destino
[sobre o concreto] a céu aberto de espírito desperto
e a criatividade é o melhor remédio
a cura pro tédio
insere a rima rica no seu verso
engendra energia nova no seu cérebro
amar é o tratamento certo
é a possibilidade da descoberta de um outro universo
que antes era apenas poeira elétron
no caos disperso
a procura de seu inverso
pra se fazer completo
é saber tirar a paz da guerra
sentir o sangue correr nas veias e artérias
encontrar alquimia química quimera?
conhecer todos os estados físicos da matéria
sentir a fusão dos lábios na pulsação dos corpos
movimento básico em conexão com o cosmos
sugar a seiva a saliva gozar celebrando a vida que grita
em explosão magnífica

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

SER DIFERENTE É NORMAL?

Bom, mais caro amigo... Se ser diferente é o seu normal! Quando encontra-se a muito, normal está diferente de seu normal diferente? Ou normal em suas diferenças de ser diferente a qual varia por alguma digamos "normalidade"?
Ahh, eu também sou assim diferente em minhas normalidades, que sentidas a cada dia passam a ser normal e com muitas diferenças.
Mais uma cerveja?

domingo, 1 de agosto de 2010

QUE COR ERA MESMO O SEU CABELO?

QUE COR ERA MESMO O SEU CABELO?
Bauru, 01 de Agosto de 2010.

Mas que cor mesmo eram seus cabelos?
Ah eram tantos que já não me lembro mais, eles acompanham as minhas mutações! Já foram tantos como eu.
Foram naturais quando eu nasci e me naturalizei em meu natural por tanto tempo, mais percebi aos 18 que já não estava mais naturalmente natural como eu nasci afinal não existe um limite que afaste daqueles que sentem algo intensamente. Então tornei natural com o natural e com a natureza dos que me cercavam.
O vermelho para mim representa o fogo, e o fogo é a transformação, não é algo constante, mas quando acontece é intenso e os meus cabelos vermelhos sempre representaram essa percepção de ser um novo ser, foi essa a primeira cor utilizada artificialmente para representar a nada artificial crise somatória de ser esse novo ser, dessa nova mulher, que por tempos deve ser forte e agüentar firme os resultados se suas incessantes buscas. Nossa essa transformação foi longa, aproximadamente 5 anos. Estar em crise as vezes é seguro sabe? Muda o ritmo e a intensidade, mas não o nome. E muito diferente de estar feliz, nas crises temos a segurança que tudo depende de nós, afinal é fácil transformar o belo em ruim e somar a ele várias interrogações, mais o oposto é muito mais complicado.
Mais cadê o encanto, cadê a meiguice e a ingenuidade? A vida é uma etapa única, mais é importante lembrar-se de seus encantos e de suas alegrias necessárias, diz a literatura que essa eram as características das mulheres loiras, não, não é á toa que as apresentadoras infantis são loiras e também que sejam essas as mulheres mais desejadas pelos homens para casarem-se. Realmente ter sido loira foi viver a fragilidade e a meiguice de fora para dentro.
Na neutralidade e na busca de conhecer-se os marrons caem muito bem, ele não é cá nem lá, ninguém sabe como usá-lo como referência... “A ela está ali do lado daquela, daquela...” Daquela o que??? Nesses casos a cor dos cabelos saem de cena e entram o tipo de cabelo (liso, encaracolado, curtos ou cumpridos) as roupas, a estatura o porte físico. Dessa neutralidade todos necessitam um dia.
As mulheres morenas (de cabelo escuro) também são tidas na literatura como as ideais para guerra, para serem amantes eram “as mulheres diabo”. Hahaha quem nunca teve a necessidade, à vontade e buscou a oportunidade de ser assim? As vezes só ser amada não basta, é muito necessário também ser desejada. E não sou diferente disso, morena também encontrei coisas essenciais.
É claro que o paradoxo existe na mente e na vida e não seria diferente no desejo humano e é claro que muitas dessas idéias também surgem na imaginação humana e as tornam mais interessante, como é o caso de descrever uma mulher ruiva com características literárias das dadas as loiras. Hoje tudo é relativo até as energias (Yin e Yan) descrita ao homem e a mulher tem mais haver com a personalidade e com a cultura, que qualquer outra coisa... Mais aqui falo apenas da minha percepção.
E o comprimento de nossos cabelos?O que eles querem dizer?
Seriam partículas de registros das situações as quais vivenciamos enquanto eles cresciam? Se sim, cortá-los também seria uma nova forma de transformação? E então cortar os cabelos ruivos seria transformar o transformado? Ou cortar o transformado e chegar à neutralidade dos marrons?
Olha ao certo não sei, mas por favor. Corte meus cabelos ruivos e acrescente a eles mechas castanhas, marrons e loiras. E só para saber. Você tem um chocolate por aqui?

OFICINA DE TEATRO COM BRYAN DO GRUPO TAPA

Bauru, 31 de Julho de 2010
OFICINA DE TEATRO COM BRYAN DO GRUPO TAPA

No inicio de tudo o nosso conhecimento pelos olhares rápidos e algumas breves palavras de acordo com a necessidade de cada um e após a apresentação formal, todos falaram um pouco de si, o que fazia, o seu contato com teatro, etc..
Bryan pontuou as divergências e as particularidades de cada grupo de teatro, informando que tudo que colocasse naquele momento era a filosofia teatral segundo o “Grupo Tapa”, o que possivelmente não serviria a outros.
Para o Grupo Tapa toda cena deve ser desenvolvida mediante os elementos: Tempo, Espaço e Peso (Gravidade) e ai trabalhar-se conjuntamente com texto. Para o referido grupo teatral a criação, o espontâneo está fora das buscas, pois trabalham com textos consagrados, apenas tendo com incremento dos textos, a tentativa de transpor-lo a realidade dos tempos atuais, já que teatro segundo alguns autores é “a tentativa de transpor a realidade”.
“ATOR= SENHOR DOS ATOS, ELE DEVE AGIR COMO SE FOSSE O PERSONAGEM DE FORMA EXPONTÂNEA E NÃO SENTIR.”
Para o ator o personagem já existe e ele é perfeito, se o autor não atrapalhar, tudo sairá bem.
Tratando-se do sentir enfatizou a falta de necessidade das ações internas, já que para o público, o que o atingirá (o que ele poderá ver) é o externo, se o SENTIR o faz ter mais facilidade para transpor ao visível (externo) ótimo, mas ele não tem importância.
Para entendermos melhor a relação entre o SENTIR X AGIR indicou a texto “Paradoxo do ator- Jack Didero”.
De forma lúdica e engraçada comparou a boa atuação com a masturbação: “ É um ato de atuação, primeiro você coloca o corpo em movimento, tem uma sensação, depois você ativa ou não a imaginação.”
Bryan enfatizou as importâncias das pesquisas, uma vez que cada personagem está envolvido em um contexto histórico, geográfico, econômico, social, emocional e psíquico e o bom ator deve primeiramente conhecer a cada um desses detalhes e não ater-se apenas a realidade posta como Mundial de uma época, pois as locais acabam sendo outra influenciadora.
Nesse sentido explicou sobre a espontaneidade que no caso não e trabalhada pelo grupo, já que na maioria das vezes o espontâneo parte do “meu eu” e para compor um bom papel o ator deve zerar o seus corpo (seus hábitos, seus tiques, seu sotaque seus vícios de linguagem trazendo para a realidade do personagem que varia diante do contexto posto) . O que as pessoas nomeiam como “parece espontâneo” os quais seriam os movimentos tão bem trabalhados a ponto de parecer fazer parte do autor, esse para Bryan sim ‘e o desejado, pois o público nem percebe o trabalho feito até ali.
“Quando algo está muito bem feito parece que desaparece”. Indicando para leitura o livro “Ator em Método- Eugênio Kusnet”, que tão bem trabalha com os conhecimentos Stanislavski, que na opinião dele é um grande autor teatral, mas que teve suas obras muito mal traduzidas ao português.
“O Bom ator é o que convence a platéia de um Mundo imaginário.”
Assim salientou que uma das maiores dificuldades do ator é pensar como o personagem! “Deixar seus objetivos e personalidade, realmente é muito difícil”. Mais as pessoas não vão ao teatro para ver você, elas vão ao teatro para ver a peça e seus personagens e são eles que agradam ou desagradam o público.
Sobre a lei da gravidade indicou o livro do autor Rudolf Laban “Corpo em Movimento” e também a literatura do dançarino Glaus Vianna, destacando a contribuição da linguagem da dança ao teatro.
Pontuou que ser ator e algo muito diferente do que é mostrado pela mídia, que para se produzir um bom trabalho é necessário disciplina e muito treino, bem diferente dos “30 segundos de fama” mostrado por algumas emissoras televisivas, a repetição com o intuito de, limpar as cenas (O que no Rio de Janeiro chamam de Decupagem) é a base de uma boa cena. Ainda considerou a existência de alguns atores intuitivos (pessoa intuitiva é aquela que tem uma maior relação com o seu inconsciente) destacando alguns exemplos de grandes nomes como Marlon Brando, que chegam e fazem o show sem grande treino, mas que na maioria das vezes não é isso que ocorre.
Também sobre esse assuntou tornou a destacar o livro “Ator em método” o qual partiu da observação do ator intuitivo, crianças brincando e da ação de mentirosos (sedutores, vendedores, etc..)
“Teatro é a arte de representar o espírito humano em ato público e de forma estética.” (Stanislavski).
“O impossível crível é melhor que o possível incrível.”
“O ator é o expectador da vida e o reprodutor no palco.” Porém ao reproduzir o ator deve tornar isso uma reprodução melhorada.
Partindo para parte prática: alongamos o nosso corpo á partir das nossas articulações e não nos músculos, como é feito normalmente, buscando incessantemente “estar no presente” eliminando a mente que sempre nos leva ao passado e ao futuro e nos tira do presente. Na seqüência iniciamos o desenvolvimento livre de quatro categorias de movimentos (uma de cada vez, por um espaço de tempo e ao final mesclando todas):
• Flexível, Lento e Suave: Como se estivéssemos no Espaço, com outra forma de atuação da gravidade;
• Flexível, Lento e Forte: Como se estivéssemos sendo torcidos lentamente ou atados por elásticos;
• Flexível, Rápido e Suave: como um sacudir de um cachorro;
• Flexível, Rápido e Forte: Como um chicote.
Os Movimentos deviam sempre envolver os três planos: Baixo, médio e alto. E todas as articulações, deviam ser firmes, bonitos, terem simetria e o sempre dito “NADA NO ROSTO”. “As expressões no rosto dão muito para o telespectador e é preciso dar menos, é como briga na casa do visinho quando descobrimos a causa perdemos a razão de tentar ouvir.”
O Rosto do ator segundo os conhecimentos adquirido por Bryan devia ser o peito, o corpo todo devia falar, assim como as crianças. “Quem tem que inovar é escola de samba, o ator tem que agir com precisão.”
Depois de cansados deitamos em um colchonete e tínhamos como função registrar todas as nossas sensações (Não sentimentos) e criando uma memória corporal das nossas sensações, trabalhando sempre a respiração.
“O Corpo externo está a cinco centímetros do interno, mas eles são muito diferentes.”
Na seqüência deveríamos criar uma posição chamada por Bryan de Estação 01, conhecendo o nosso “PONTO DE QUERÊNCIA (onde queremos começar)” estando inicialmente no plano baixo, devendo ser simétrica e ter ao menos uma curvatura, a mesma deveria ser reconhecida por nossa memória, pois seria repetida inúmeras vezes. Depois:
• Estação 02: Plano médio, contendo uma curvatura e sendo simétrica, sendo reconhecida por nossa memória e também o reconhecimento da passagem 01 para 02;
• Estação 03: Plano alto contendo as mesmas observação das 02 e a percepção dos passos para passagem da 02 para 03;
• Estação 04: Também no Plano alto a três passos da dois, com as mesmas observações das demais e a percepção da passagem da anterior para essa;
• Estação 05: Ainda no Plano Alto mais ou menos na frente da que foi feita a Estação 03 ao lado oposto do colchonete, com todas as demais observações das posições antecedentes;
• Estação 06: Plano Médio, com a repetição dos cuidados acima, e com mais o cuidado de ser diferente da 02, aliás todas deviam ser diferente.
• Estação 07: Feita no Plano Baixo.
Tivemos de repetir muitas vezes cada um desses caminhos, criando novas formas de chegar a próxima posição (Ele destacava que esse tipo de incremento sim é bem vindo, por acrescenta mais não tira a essência) e depois que já estávamos literalmente cansados Bryan, somou a isso a um impulso musical e uma pequena História e assim fazíamos os atos de acordo com as nossas sensações daquele momento e isso foi repetido ao menos três vezes em cada situação e deviam ser feito de forma diferente, já que uma mesma situação poderia gerar sensações variadas, ou até mesmo podemos ilustrar que vários caminhos podem nos levar ao mesmo lugar:
Situações Postas por Bryan:
1- Terça- Feira Chuvosa de Madrugada: Pernagem- Você, Lugar- Sua casa,
Ele fazia inúmeras perguntas como. O que você fez? Como está a temperatura, a iluminação? Você está bem? Etc....

2- Férias na Praia (Você não fez porra nenhuma ontem, não fará hoje e nem terá de fazer amanhã apenas preocupar-se em se divertir): Personagem- Você, Lugar- Praia.
O que você fez ontem à noite (bebeu muito)? Está esperando seus amigos? Está sol? Etc...
3- Onde Estou? Personagem- Você, Lugar- Você não sabe.
Onde está? É claro, escuro? Etc...
Ao término de cada situação pedia para criarmos um arquivo memorial e concluindo fizemos uma mescla de ações com base nas estações e de todas ações com 1 minuto cada.
Ao final da Oficina, fizemos uma breve discussão sendo colocado por quase todos a dificuldade de conseguir a neutralidade facial diante das ações, questionado sobre os tipos de movimentos (Só trabalhamos a variação dos flexíveis) Bryan citou rapidamente a existência dos movimentos retos e deu algumas dicas aos iniciantes como: Evitar agir falando, “... ou fala ou age e depois de um tempo, quando isso se unir da deve começar e terminar junto(Ação e fala)”.
Com gosto de quero mais e com a mensagem de procurar analisar mais as minhas sensações, ações e reações diante da vida e tentando distanciar-me um pouco mais do pensar e sentir (que muitas vezes foi estimulado pela mente) encerramos essa Oficina, com novas idéias, novos amigos, um pouco de cansaço físico, fome e lógico querendo tomar um café. Por favor, eu quero um café!!!

sábado, 31 de julho de 2010

O inverno do meu ser

Bauru, 28 de Julho de 2010.
O inverno do meu ser…

Há tempos não escrevo, a tempos sinto-me ausente e distante das palavras.
É meu caro papel, pode falar eu mereço, me distanciei de vocês, mas quero que saiba que mesmo todo esses meses distante, quero que saiba que te sinto com a mesma intimidade e aproximação.
Sabe,meu querido...
Realmente sua ausência se fez necessária, uma vez que minha vontade já não acompanhava a disposição e conteúdo, sentia meu corpo dobrar-se em dois, como se existisse uma dicotomia no meu ser, até que isso transformou-se em doença.
Paro para pensar e não sei ao certo onde toda essa avalanche começou, mas começou e me levou...
Primeiramente veio aquela vontade controladora e organizada e parar tudo e colocar cada coisa em seu lugar, mas tudo caminhava exatamente contra minha vontade, quanto mais eu desejava a ordem, mais a bagunça aumentava.
Era o caos, era o meu novo caos, superando os passados e derrubando minhas barreiras. Em alguns momentos me sentia leve, era como se adormecesse dentro de uma piscina de lama e durante a noite jogassem sobre mim um lençol de seda.
Foram mais ou menos três meses de purgatório em minha vida e sinceramente foi somente na noite de ontem que dei o meu grito de euforria e falei “Chegaaaaaaa disso tudo, quero a mim de volta e quero agoraaaa!!”
Meu Deus!!! O que me roubou de mim?
Teria sido a complexidade do meu trabalho? As lástimas familiares, das quais passamos a ter consciência? Seria a percepção da falta de caráter de alguns colegas? A energia doada a pessoas que só recebem e não sabem compartilhar? As decepções amorosas? A aproximação desejada, porém complexa de minha família? Ou ainda a minha avassaladora agenda???
Realmente, causas não faltaram para me roubar de mim e sei que recuperar-me agora é mais importante que descobrir o porque, mas sei também que essa descoberta ajudaria muito.
Fazer planos para o futuro é algo desejado e necessário agora...
Essas curtas férias foram tão essenciais ao inicio do meu retorno...
Viagens são boas, mas as vezes fazer nada e tudo nas situações rotineiras faz uma grande diferença para existir de verdade.
Precisei chegar nesse ponto para perceber algumas fraquezas tais como o MSN, o qual eu vigiava constantemente a espera de pessoas que tornava-se a minha razão de existir momentânea, mas nem todo sentimento vindo de mim era realmente bem vindo, normalmente eles queriam apenas o meu mínimo, o pote deles era raso demais e com o restante do “meu eu”que sobrava eu me afogava.
Refletindo sobre isso tudo, queria realmente mudar, começar tudo novamente e de outra forma, dar um novo significado a cada pessoa no meu caminho, tendo como responsabilidade principal me fazer feliz .
Durante todo esse processo perdi várias coisas entre elas meu celular e a junto á ele minha vasta agenda de contatos, podendo apenas renovar os reais e tendo de abandonar os “platônicos”ou alimentados “unilateralmente”.
Perdi meu cartão crédito e percebi que ele não era necessário e que na tentativa de “bloqueá-lo” era como se tivesse cancelando um “contrato com o diabo” com todas as suas dificuldades e falta de educação e pequenas clausulas.
Perdi meu bustiê de dança do ventre e percebi o quanto ele era importante para mim e assim que notei seu valor, o achei.
No meio das perdas, achei que perdia... Perdi de verdade aquele que considerava o grande amor da minha vida, que irreconhecidamente deixava também de ser meu melhor amigo.
Hoje fazendo essa reflexão e tendo recuperado algo que também havia perdido “a fé no futuro”, percebi que ganhei muitas coisas. Ganhei tempo, ganhei espaço e ganhei algumas folhas a serem preenchidas com o melhor de mim diante das aprendizagens que vivi.
Assim como no inverno as plantas param para refletir, sei que essa fase serviu parar apreender,sofrer e chorar e agora sorrir.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

SUJEITOS DOTADOS DE DIREITOS, OU PESSOAS DEVEDORES DE FAVORES?

Para formarem-se leis é preciso considerar as necessidades coletivas o que muitas vezes destrói a subjetividade e as necessidades individuais do ser humano.
direitos?
Sabemos que vivemos em um país, onde cabe ao governo de forma constitucional garantir aos sujeitos condições de vida digna como prescrito no artigo 6º da Constituição Federativa do Brasil, mas que de fato muito disso não é posto em prática, já que somando a filosofia Neoliberal adotada por sistema governamental ao Sistema Capitalista, temos aqui a transformação desses direitos em mercadorias e a venda desses produtos, acompanhado de um marketing acirrado com apoio/ suporte da mídia.

A Lei existe o fato não se concretiza, em vezes por causa da falta de vontade e governança dos políticos e outras pela falta de conhecimento e a busca da efetivação desses direitos pela população usuária.
Se o acesso aos direitos parte da educação e do conhecimento dos seus necessitados e se a educação é um dos nossos direitos que foram transformados em mercadoria, chegamos a conclusão que acessam a ela aqueles que podem pagar e conseqüentemente ficam também a disposição dessa pequena parcela “mais informada”o acesso ao ensino universitário público, os medicamentos de alto custo viabilizados por fins públicos, dentre outros.
É notória aqui a percepção de que esse é mais um dos “efeitos bola de neve” de nosso país, “e o motivo todo Mundo já conhece é que o de cima sobe e o debaixo desce”.
A conclusão recai sob o prisma inicial de nossa conversa, caro amigo, na maioria das vezes abrimos mão da nossa subjetividade e sequer acessamos o benefício coletivo que nos distanciou dela. E quando a esses acessamos, ficamos deles refém, pois devemos vê-los como favor.
Ainda bem que tem mais esse chocolate aqui.

Bauru, 07 de Junho de 2010.

GARÇOM UMA PORÇÃO DE EXISTENCIALISMO PARA A HUMANIDADE

Todas as nossas crises existenciais são como uma faxina na nossa personalidade e na nossa alma. Analisamos o que realmente nos é útil, organizamos nossos pensamentos e sentimentos, limpamos o nosso ser.
Seria normal passar por tantas dessas crises seguidas?
Ou seria essas a continuidade ou aprofundamento de uma crise não resolvida no âmago da questão existencial?
Da dor existencial surge uma nova forma de olhar e sentir o Mundo ao nosso redor. Uma forma mais simples sem grandes expectativas, expectativas essas que são levadas junto com parte de nossa força (força que muitas vezes é confundida, pois se tratava de orgulho).
Sem expectativas preconcebidas conseguimos olhar para o simples e ver o tudo, no que antes era nada.
Sabe aquela frase no fundo do meu poço tem uma mola? Então essa mola é interna!
A dúvida que sempre nos paira. O que é a vida? Para que serve a vida?
Seria a vida uma sucessão de fatos desconexos e sem uma razão, sem um fim?
Ou seria uma interpretação inconsciente de fatos já descritos por um ator e nós aqui somos atores reflexivos (ou não reflexivos)?
Para mim particularmente a vida aparece como um quebra cabeça (já tantas vezes descrito e assimilado por minha verdade. Afinal porque o novo precisa sempre ser criado se às vezes o já existente me serve?).
No quebra-cabeça da minha vida, cada peça me é ofertada ao seu tempo e essas vão se conectando. Em alguns momentos a ansiedade incontrolável na espera de uma nova peça, a qual não imagina que será. Outras vezes a nostalgia da espera de algo que já sei onde dará.
Porque a reflexão me é nata?
Porque não o destino cômodo de seguir, sem parar, observar, refletir, transformar (transformar-me), constantemente?
Em que fim dará esse egoísmo e orgulho humano?
Em qual momento todos pararão (cada um em seu tempo. E qual é o tempo?) para olhar para si? Será que essa é uma necessidade real á nossa evolução?
Se os nossos conflitos externos refletem os internos, não deveríamos começar de dentro para fora?
Ai garçom, por favor, mais uma cerveja e uma dose de existencialismo á humanidade.

Ribeirão Preto, 05 de Junho de 2010.